Diversidade e inclusão nas empresas: os caminhos para a inovação
Há quase 40 anos, os músicos Paul McCartney e Steve Wonder se uniram para cantar sobre a união entre brancos e negros convivendo com a mesma harmonia que as teclas do piano, na canção Ebony and Ivory. Quase quatro décadas depois, o cenário evoluiu, mas ainda está muito longe do ideal, pois as oportunidades de emprego e salários ainda são muito desiguais para negros em função do preconceito presente no Brasil e em grande parte do mundo. No entanto, alguns avanços estão acontecendo e já é possível contabilizar iniciativas importantes no universo do trabalho.
Para incentivar a diversidade e inclusão das minorias no mercado, a TOPdesk criou um grupo específico, denominado Guilda de diversidade. A iniciativa partiu dos próprios colaboradores, quando perceberam que a empresa não era formada por um time tão diverso o quanto gostariam e a virada de chave aconteceu há pouco mais de um ano.
Para saber mais sobre o que pensamos sobre o assunto, Nina Neves, responsável pelo recrutamento e seleção na TOPdesk, conta como este processo de mudança está acontecendo nessa entrevista:
TOPdesk: Como aconteceu o processo de inclusão e de promoção à diversidade na TOPdesk?
Nina Neves: Nós estamos inseridos num contexto de diversidade cultural, pois nossa matriz fica na Holanda. Estamos presentes em 11 países e isso se reflete no nosso dia a dia. No entanto, nosso padrão de contratação não era tão diverso. Uma pulga surgiu atrás das nossas orelhas e começou a perturbar uma série de pessoas, foi quando vimos que algo estava errado. Desta forma, tomamos ações mais específicas para resolver a questão. Aplicamos uma pesquisa na empresa e percebemos que o funcionário mais velho tinha 35 anos de idade. Ficamos assustados com essa informação, pois percebemos o quanto nós precisávamos evoluir.
TOPdesk: O que seria evoluir, nesse caso?
Nina Neves: Nós não estávamos olhando para a diversidade. Além do perfil constante que contratávamos, exigíamos inglês fluente para todas as vagas, até mesmo para os estagiários. Percebemos que não teríamos como incluir pessoas de origens diferentes desta forma e precisávamos de uma construção interna para mudar este cenário, um projeto que teve início em março do ano passado e continua com a promoção de ações que estão acontecendo e outras que planejamos implementar.
TOPdesk: Qual é a importância deste tema na empresa?
Nina Neves: Este tema é muito importante para a TOPdesk porque um dos nossos valores é elevar vidas, e temos em mente que um ambiente diverso é mais inovador para nossas operações e na oferta voltada para nossos clientes. A visão do homem branco heterossexual é diferente da mulher branca, que é diferente da mulher preta, e também das pessoas que não falam inglês. Nós entendemos que estas diferenças são necessárias, pois nos auxilia a olhar para diversos públicos de maneira inclusiva, no trabalho diário do atendimento do service desk junto aos nossos clientes.
Este tema é muito importante para a TOPdesk porque um dos nossos valores é elevar vidas, e temos em mente que um ambiente diverso é mais inovador para nossas operações e na oferta voltada para nossos clientes.
Nina Neves
TOPdesk: Quais são os exemplos das iniciativas de diversidade na TOPdesk?
Nina Neves: De maneira geral, mudamos os nossos critérios de avaliação e percebemos que não podemos perder um talento porque ele não fala inglês, já que nossos clientes estão no Brasil e em muitos cargos não é necessário falar a segunda língua. Além disso, podemos incentivar os estudos e fornecer informações para auxiliar na capacitação dos colaboradores. Oferecemos aulas de inglês uma vez por semana com um professor particular aos interessados. Também estimulamos a conversa com colegas de trabalho de outras unidades da TOPdesk, e entendemos que a ação é uma oportunidade de desenvolvimento pessoal. Promovemos pequenas adaptações que são importantes para valorizar as pessoas que queiram trabalhar com a gente.
TOPdesk: Como está estruturado o tema diversidade na TOPdesk?
Nina Neves: Pela Guilda de diversidade, formada por 11 pessoas de diversos departamentos. Durante as reuniões deste grupo de trabalho, nós discutimos temas que incluem o engajamento com o público interno, divulgação de vagas, além de determinar metas, avaliar ações e seus resultados. Por exemplo, até o final do ano todas as contratações precisam ter alguma diversidade e nosso foco no momento é contratar ao menos cinco pessoas pretas. Já temos sete, das quais quatro foram contratadas neste ano. Esta Guilda busca ter a característica de diversidade no DNA para promover um quadro mais inclusivo e diverso, com colaboradores alinhados e respeitando todos.
TOPdesk: Qual é o balanço que se faz desde que o tema foi estruturado na empresa?
Nina Neves: Os nossos 60 colaboradores sabem se posicionar sobre o assunto e com as ações desenvolvidas internamente tiramos o estigma de pessoas de minorias marginalizadas. Trabalhamos com palestras de pessoas pretas que conquistaram o mercado, palestras sobre letramento racial, o que nos fez repensar pequenas atitudes, mas que podem representar um posicionamento implícito, por exemplo, como o uso da palavra denegrir, que é um termo racista e por isso sugerimos que nas nossas comunicações e conversas essa palavra seja trocada por difamar. Existem ainda projetos voltados para comunidades carentes e também, para a comunidade LGBTQIAP+. Estamos trabalhando com uma consultoria para mapear e nos ajudar a entender como continuar com o nosso posicionamento e quais são as ações que devem avançar.
TOPdesk: Existem planos de contratação para outras minorias?
Nina Neves: Sim, existem diversas iniciativas para inclusão aqui na TOPdesk em andamento, pois sempre olhamos o cenário de cada área ou unidade de negócios e como podemos incluir as minorias em cada um. Como próximos passos, vamos pensar em um critério por vez e a próxima etapa é o fomento de iniciativas e ações junto ao público LGBTQIAP+ e pessoas maduras.
TOPdesk: Existem diferenças na matriz e na filial do Brasil? Algum país está mais avançado no tema?
Nina Neves: Eles são mais avançados, por ter mais respeito pelas diferenças, mas a realidade é diferente. Apenas 20% dos europeus são pretos e a inclusão da população LBTQIAP+ no mercado é mais fácil, enquanto para nós trata-se de uma reparação histórica.
Como a cultura organizacional pode colaborar com aos resultados?
Como você pôde ver, diversidade e inclusão são temas cada vez mais trabalhados na TOPdesk. E o nosso cuidado com as pessoas não surgiu agora: cultura organizacional é algo muito importante para nós, pois sabemos o quanto ela interfere na satisfação dos colaboradores e, consequentemente, na entrega de resultados.
Neste TEDx, nosso fundador e CEO Wolter Smit fala mais sobre o nosso segredo para criar um ambiente de trabalho feliz e saudável.
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