Um estudo recente da consultoria Deloite mostra que 70% das empresas brasileiras ouvidas pretendem investir em IA neste ano. É um volume gigantesco e está acelerando uma nova etapa da chamada “Quarta Revolução Industrial”.

A integração entre sistemas e máquinas e automação de uma série de tarefas já são uma realidade. Mas, como é que a recente popularização da IA entra nesse cenário. Para ajudar a responder a essa pergunta, conversamos com o palestrante e autor, Eduardo Ibrahim.

A IA não é, necessariamente, uma ameaça aos empregos humanos

Nos últimos tempos, muito tem se falado sobre a Inteligência Artificial, sobretudo com a difusão do Chat GPT e outros. Por outro lado, vemos o consumidor priorizar cada vez mais o atendimento humanizado. Como as empresas podem se orientar para caminhar junto aos avanços tecnológicos sem perder o lado humano?

Ibrahim argumenta que é possível equilibrar a presença dos atendentes humanos com o avanço da tecnologia, uma vez que as possibilidades são complementares. “As empresas podem se orientar para caminhar junto aos avanços tecnológicos e manter o lado humano por meio de uma abordagem equilibrada”, frisa. 

Para o profissional, ao invés de substituir completamente o atendimento humano, a IA pode ser usada como uma ferramenta de suporte para ajudar a fornecer respostas rápidas e precisas aos clientes. Além disso, lembra que é importante que as empresas invistam no desenvolvimento de habilidades humanas, como empatia, pensamento crítico e capacidade de resolver problemas complexos.

“Ao combinar o potencial da IA ​​com as qualidades humanas, as empresas podem oferecer um atendimento personalizado e de alta qualidade, mantendo-se acompanhados com os avanços tecnológicos”, explica.

IA e seu impacto na TI

O autor ainda destaca que o uso de IA deve facilitar a realização de tarefas cada vez mais complexas e repetitivas e palpita sobre o que poderá ser os próximos passos da IA.

“Em relação à área de TI, os impactos da IA ​​existirão. A automação de tarefas repetitivas e contínuas permitirá que os profissionais de TI se concentrem em atividades mais estratégicas e de alto valor agregado. Além disso, a IA poderá ajudar na detecção e prevenção de ameaças de segurança cibernética, melhorar a eficiência operacional e a tomada de decisões.”

No entanto, Ibrahim cita que é importante destacar que a IA não deve substituir completamente os profissionais de TI. Pelo contrário, a demanda por especialistas em IA e aprendizado de máquina provavelmente aumentará. Afinal, será necessário desenvolver, implementar e manter os sistemas de IA.

“Os profissionais de TI devem estar dispostos a adquirir habilidades relacionadas à IA e acompanhar os avanços tecnológicos”, esclareceu. De fato, a opinião do especialista vai de encontro a um estudo da Universidade da Pensilvânia. Considerando a realidade dos EUA, 80% das profissões poderiam ser afetadas pela IA, cita o documento. Ademais, até 10% das tarefas dessas profissões poderiam lidar com grandes alterações.

IA e ciberataques

O Brasil é um dos países do mundo que mais lida com ciberataques e a popularização do uso de IA tem causado apreensão. “A segurança é uma preocupação fundamental quando se trata de Inteligência Artificial. À medida que a IA se torna mais presente em nossas vidas, também aumenta o potencial de ataques cibernéticos e abusos”, pontua Ibrahim. 

Para ele, é essencial garantir que os sistemas de IA sejam projetados levando em consideração os princípios de segurança desde o início do processo de desenvolvimento. “As empresas devem adotar medidas para proteger os dados utilizados pelos sistemas de IA e garantir a privacidade dos usuários. Isso inclui o uso de criptografia, autenticação segura e práticas de governança de dados conformes.”

Além disso, é importante que os profissionais de segurança cibernética estejam atualizados sobre as ameaças emergentes relacionadas à IA e sejam capazes de implementar estratégias eficazes para mitigar esses riscos. No contexto brasileiro, para o especialista, é crucial que empresas e autoridades trabalhem juntas para fortalecer a segurança cibernética e promover regulamentações adequadas.

“A conscientização sobre os riscos de segurança relacionados à IA deve ser disseminada. É importante incentivar a colaboração entre empresas, instituições acadêmicas e o governo para enfrentar esses desafios”, opina.

IA e o contexto econômico brasileiro

O autor ainda contextualiza sua opinião sobre os avanços da IA ​​para o Brasil, que podem ser distintos do cenário visto em outros países.

“A tecnologia está integrada a forma como as empresas operam, interagem com os clientes e competem no mercado global. Ela oferece oportunidades para aumentar a produtividade, otimizar processos e desenvolver novos modelos de negócios. Além disso, facilita a expansão das empresas para mercados internacionais e promove a inovação disruptiva.”

No entanto, Ibrahim alerta que o rápido avanço tecnológico tem seus desafios. “A automação pode levar à substituição de empregos tradicionais, com uma adaptação dos trabalhadores às novas demandas do mercado. A transformação digital requer investimentos em infraestrutura, capacitação e atualização tecnológica. Isso pode representar um desafio para as organizações brasileiras, especialmente as de menor porte.”

Portanto, pondera que é essencial que as empresas e o governo brasileiro estejam atentos aos avanços tecnológicos e invistam em políticas públicas e programas de capacitação. Com isso, garantir que o Brasil possa se beneficiar das oportunidades trazidas pela tecnologia e minimizar os efeitos negativos sobre a economia e o mercado de trabalho.

Competitividade do setor de TI

Devido à automação de mais tarefas, espera-se que o setor de TI se torne ainda mais produtivo e contribua para o aumento da competitividade dentro dos mais diversos mercados. 

“Os departamentos de TI se tornarão ainda mais necessários à medida que a tecnologia continue a progredir e se integrar a diferentes setores de uma empresa. A TI obterá um papel fundamental em apoiar a transformação digital e apoiar a implementação de tecnologias emergentes, como a Internet das Coisas (IoT), computação em nuvem e realidade virtual”, cita. 

Para ele, em cada setor, a TI terá a responsabilidade de desenvolver e manter infraestruturas tecnológicas robustas, garantir a segurança dos dados e promover a inovação. Por exemplo, no setor de saúde, a TI pode ajudar na implementação de registros médicos eletrônicos, análise de dados clínicos e desenvolvimento de soluções de telemedicina.

No setor de manufatura, a TI pode ser crucial na implementação de sistemas de automação e controle de qualidade. A TI também desempenhou um papel central na integração de diferentes sistemas e no gerenciamento de dados corporativos. “A coleta, o armazenamento e a análise de dados se tornarão cada vez mais importantes para as empresas. E os profissionais de TI terão a tarefa de garantir que os dados sejam utilizados de maneira eficiente e segura para sustentar a tomada de decisões e a competitividade do negócio”, opina.

TI e o trabalho dos líderes de suporte

Para finalizar, Ibrahim dá dicas do que os líderes dos setores de suporte técnico das empresas precisam fazer para que aproveitem melhor todo o potencial que a IA terá para melhorar as atividades do setor.

“O uso de chatbots e assistentes virtuais fornece suporte instantâneo aos clientes. Mas, aplicação de análise de sentimento para entender as necessidades e as expectativas, e a adoção de sistemas de recomendação personalizados, melhoram a experiência. A análise de sentimento permite que as empresas identifiquem as emoções e as opiniões dos clientes com base em segurança on-line, permitindo que os líderes de suporte ajustem suas estratégias e defendam um atendimento mais personalizado.”

Os sistemas de recomendação personalizados são outra tendência importante, permitindo que as empresas defendam produtos e serviços relevantes com base nos interesses e nas pessoas físicas dos clientes. Isso pode aumentar a fidelidade do cliente e suporte nas vendas.

Além disso, os líderes de suporte devem estar atentos aos avanços na área de processamento de linguagem natural. Essas tecnologias têm o potencial de transformar a forma como o suporte de suporte são conduzidos, proporcionando um atendimento mais eficaz e eficiente”, aconselha.

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